O que são Microcontos, afinal?

 Miniconto

Miniconto, ou microconto, ou nanoconto, é uma espécie de conto muito pequeno, produção esta que tem sido associada ao minimalismo. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como um gênero literário à parte, fica evidente que as características do que chamamos de miniconto são diferentes das de um "conto pequeno". No miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" as elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita.
O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras:
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
Assim como o estadunidense Ernest Hemingway é autor de outro famoso miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma história de tragédia familiar:
Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.
O número de letras é importante mas não rígido, normalmente sendo atribuído pelos autores ou organizadores de determinada antologia, e naturalmente divulgados na mesma. Marcelino Freire publicou em 2004 a obra Os cem menores contos do século, em que desafiou cem escritores a produzir contos com no máximo 50 letras, por exemplo.
Uma das definições de microconto estabelece o limite de 150 caracteres (contando letras, espaços e pontuação) para permitir seu envio através de mensagens SMS (torpedos) pelo celular, evidenciando uma das características do microtexto, que é sua ligação com as novas tecnologias de informação e comunicação.
No Brasil, o livro Ah,é? 1994, de Dalton Trevisan, é considerado o ponto de partida do miniconto no seu formato contemporâneo. Também se destaca João Gilberto Noll que apresenta obras voltadas para o tema.

Características do miniconto

  • Concisão
  • Narratividade (muitos dos ditos minicontos são, na verdade, tiradas líricas)
  • Totalidade (um miniconto não é uma story line)
  • Subtexto
  • Ausência de descrição
  • Retrato de "pedaços da vida"

Veja também

fonte: Wikipédia


Outras definições:

O que são microcontos?

Mas o que são os microcontos? E quais as diferenças entre minis, micros e nanocontos? Por mais que alguns teóricos tentem defini-los adotando o número de caracteres como parâmetro – nanocontos teriam até 50 letras, sem contar espaços e pontuação; microcontos, até 150 caracteres e, minicontos, até uma página –, ainda não há uma definição exata, tal como acontece com o conto. Este, talvez tenha sido melhor definido por Mario de Andrade: “Conto será sempre aquilo que seu autor batizou de conto”.

Independentemente do número de caracteres e de suas possíveis nomenclaturas, os microcontos são narrativas muito curtas em que a síntese acaba sendo a grande ferramenta de escrita.

Características de um Microconto:

Os microcontos vêm ao encontro das ideias de Calvino. Para ele, a rapidez permite poupar o leitor de determinados detalhes em favor do ritmo da narrativa. É o nó de uma rede de correlações invisíveis no texto e a ferramenta essencial para a continuidade da narrativa, permitindo que o leitor transite com maior naturalidade entre as ideias contidas na história.

Além da rapidez, percebe-se que os microcontos se constroem também a partir de outras características. A concisão é, desse modo, uma das principais. Um texto conciso não quer dizer necessariamente um texto breve. A concisão está no ato de escolher as palavras certas para contar aquilo que se quer, assim como valorizar os sinais gráficos e de pontuação e os silêncios presentes nos textos. Carlos Drummond de Andrade já dizia que “escrever é cortar palavras”, Hemingway sugeriu: “Corte todo o resto e fique com o essencial”. Winston Churchill deu certa vez um sábio conselho: “Das palavras, as mais simples. Das simples, a menor”. Escrever de modo conciso é um trabalho árduo e que exige técnica e tempo. Exemplo disso é a célebre carta de Pascal, em que termina dizendo: “Fiz esta carta mais longa porque não tive tempo de fazê-la curta”.

Outra característica em que se apoiam é a narratividade. Se não há uma história clara atrás daquelas palavras, não há um microconto. Isso é o que os diferencia de um haicai, de um poema-pílula ou de um aforismo. Enquanto esses se preocupam mais em descrever uma cena, trabalhar a palavra de forma lírica ou propagar uma ideia, os microcontos têm de contar uma história. Mais que narrar uma trama completa (com começo, meio e fim) as palavras de um microconto devem sugerir. O que está escrito representa apenas 10% da narrativa, o resto deve se formar na imaginação do leitor, permitindo assim novas e múltiplas interpretações.

fonte: http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/microcontos-na-era-do-twitter/